terça-feira, 28 de dezembro de 2010

O CONSUMO E O ESPIRITISMO

"Enquanto os ecologistas usam ferramentas cada vez mais sofisticadas para medir os impactos do consumo sobre os recursos naturais, os espíritas denunciam os problemas éticos decorrentes do consumismo. O assunto aparece bem fundamentado no capítulo V de O Livro dos Espíritos, que versa sobre a Lei de Conservação. É o caso da pergunta 705, em que Kardec indaga à Espiritualidade sobre um possível descompasso entre a capacidade de suporte da Terra e as necessidades humanas.
- Por que nem sempre a Terra produz bastante para fornecer ao homem o necessário?
- É que, ingrato, o homem a despreza! Ela, no entanto, é excelente mãe. Muitas vezes acusa a Natureza do que só é resultado de sua imperícia ou da sua imprevidência. A Terra produziria sempre o necessário, se com o necessário soubesse o homem contentar-se. Se o que ela produz não lhe basta a todas as necessidades, é que ele emprega no supérfluo o que poderia ser aplicado no necessário [...]

É muito interessante a semelhança dessa resposta com uma frase bastante conhecida do MAHATMA GANDHI, proferida no século seguinte:"A Terra pode oferecer o suficiente para satisfazer as necessidades de todos os homens, mas não a ganância de todos os homens."

Algumas religiões ou doutrinas filosóficas denunciam com muita clareza o risco do deslumbramento com o mundo material. Defendem a consagração de parte de nosso tempo e energia ao cultivo de valores espirituais, considerados imperecíveis e essenciais, que nos acompanham, após o fim da vida corporal, por toda a eternidade. Um dos grandes desafios da existência na Terra é calibrar com sabedoria as demandas da matéria - de que somos feitos - sem se deixar levar pelas vicissitudes do mundo material. Nesse sentido, o apego à matéria é fator de sofrimento e estagnação material. [...]"

ANDRÉ TRIGUEIRO em "Espiritismo e Ecologia"


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